terça-feira, 26 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte III: Arquitetura Tecnológica

A arquitetura tecnológica da MVNE realiza a conexão dos sistemas de back-office da MVNO com a infraestrutura de rede da MNO. Como ilustra a figura abaixo, estes sistemas podem ser o ERP da MVNO, o CRM, o Programa de Fidelização, dentre outros. Observe que a presença destes sistemas não é obrigatória, dependerá de cada postulante a MVNO. Haverá casos em que a proponente não terá estes sistemas, devendo a MVNE estar preparada para se adaptar a estas demandas, provendo recursos como o CRM.
Os elementos básicos da plataforma tecnológica que suporta os serviços de MVNE são os sistemas de OSS/BSS, o qual são compostos de:

●    Sistemas dedicados de Telecom, como a plataforma de pré-pago;
●    Sistemas de TI, como o Billing e o CRM;
●    Plataformas de Valor Adicionado (VAS), como voicemail, USSD, SMSC e outros.



Figura 01 – Elementos típicos de uma MVNE

Do lado da MNO, os prestadores de serviço de MVNE devem ser capazes de se integrar, de forma a realizar comandos de provisionamento, no sentido de ativar/ desativar as estações móveis, colher os bilhetes para fins de tarifação e conciliação, bem como trocar sinalização com a rede, a fim de prover serviços de valor adicionado, como URAs ou correio de voz.
A plataforma tecnológica que suportará os serviços pela MVNE deverá ser dotada de uma série de “conectores”, pois será guiado pela forte integração de sistemas. A habilidade de se integrar usando especificações abertas de mercado, como Parlay, SOAP ou XML para o caso de sistemas, ou ainda SIP e SS7 para o caso da camada de sinalização, garante transparência e a flexibilidade necessária para se atender diferentes MVNOs, bem como MNOs.
Do ponto de vista tecnológico, é na integração de sistemas que se encontra o fator crítico de sucesso de uma MVNE, pois esta requer tanto um trabalho conjunto com as Operadoras móveis, envolvendo ajustes finos e testes de aceitação, como na integração de sistemas de terceiros, como sistemas de distribuição, de pagamentos, CRM, bancos, webservices e etc. Uma MVNE deve se posicionar como integrador pleno (full integrator) de sistemas. Toda a MVNE deve hoje ser capaz de se integrar a sistemas de LBS (localização) e NFC (pagamentos móveis) para a oferta de serviços diferenciados, além de possuir base própria para HLR, a fim de prover recursos avançados de roaming, por exemplo. Outra questão crítica é o sistema de billing, pois fatura e cobrança é a maior fonte de reclamações dos usuários do serviço SMP atualmente.
Assim, a MVNE deve tanto possuir experiência na integração com terceiros quanto demonstrar capacidade de customização, conforme o perfil da MVNO demandante.
Dentre os serviços a serem prestados por uma MVNE, está o provimento de sistemas de Back-Office. Dentre alguns exemplos, podemos citar:

● Sistema para o Ponto de Venda (POS) online: interface (preferencialmente web) que permite aos vendedores do serviço de telefonia móvel habilitar assinantes, realizando os registros necessários (nome, endereço para fatura, preço do plano, método de pagamento), a gestão de documentos (GED para arquivar, associar assinante a seus documentos comprobatórios como identidade, comprovante de endereço, etc.), a ativação do assinante, a impressão do contrato e a entrada no CRM. Dependendo da regulamentação de cada país, este sistema deverá suportar a entrada de registro de assinantes pré-pagos (que é o caso do Brasil).
● Monitoramento e Relatórios: todos os serviços comumente prestados por Centros de Gerência de Redes ou NOCs, com estatísticas de ativações, clientes, chamadas, balanço de créditos de pós-pago, etc.
● Bilhetagem: Como a conciliação de contas, certificando-se que a bilhetagem da MVNO pela MNO esteja de acordo com os preços de minutagem no atacado acordados;
● Soluções de CRM: principalmente agregando as informações concernentes à assinatura, como data de ativação, histórico de bilhetagem, planos contratados, etc.

Outro aspecto importante para uma MVNE é prover uma interface para as MVNOs configurarem a lógica de seus serviços SMP de forma amigável, como por exemplo, a definição de taxas de ativação, metodologias de bilhetagem (por minuto ou segundo), opções de serviços de valor adicionado, acesso a Internet por bytes trafegados, por tempo ou flat, se pré, pós-pago ou híbrido, assim como formas de cobrança mais complexas ou até mais simples, como uma tarifa flat.

No próximo post, exploraremos a arquitetura típica de rede de uma MVNE.
Até lá!

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