quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fatos sobre a Padronização da Frequência Industrial - Parte I

Da criação da primeira hidrelétrica brasileira, a usina de Ribeirão do Inferno, na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, até a década de 1970, quando efetivamente os padrões se tornaram modelos institucionalizados no país, muitos fatos ocorreram até a padronização definitiva da frequência de 60 Hz. Até a referida década de 70, a utilização de determinada frequência era praticamente definida pelas máquinas usadas em cada empreendimento, ignorando-se qualquer tentativa de regulamentação nacional do tema.

Primeira Hidrelétrica Brasileira - Ribeirão do Inferno, Diamantina, Minas Gerais

Cada empreendimento adotava a frequência conforme a origem dos equipamentos empregados na geração, estabelecendo os primeiros padrões estaduais. Quem adquirisse máquinas motrizes dos Estados Unidos teria padronização diferente daqueles que as importavam da Alemanha. De modo geral, os americanos adotavam 60 ciclos, ao passo que os europeus adotavam 50 ciclos, determinando a existência de modo geral destes dois padrões de frequência no Brasil, nos anos vindouros da eletricidade no país. Por exemplo, nas duas maiores cidades do país, enquanto no Rio de Janeiro o fornecimento era em 50 Hz, em São Paulo era em 60 Hz.


A razão da Europa utilizar os sistemas em 50 Hz se deve ao fato que os europeus sempre pensaram no sistema métrico, com seus múltiplos e submúltiplos de 10. Por isso, pensaram que o segundo deve ter 100 meios ciclos ou 50 ciclos. Já os americanos pensaram que como a frequência depende do tempo e o sistema temporal sexagesimal é universal, a hora tem 60 minutos, o minuto tem 60 segundos e assim o segundo deveria ter 60 ciclos.

Mas a coisa não ficou polarizada em torno destas duas frequências. Havia cidades como Curitiba que adotava a frequência de 42 Hz. E cidades como Jundiaí e Petropólis utilizam sistemas a 40 e 125 Hz respectivamente.

Continuaremos este assunto em post futuro. Até breve!

Um comentário:

  1. Marcus Vinicius Gelain1 de junho de 2011 às 07:52

    Completando o post, temos ainda hoje alguns sistemas (Usinas e Linhas de Transmissão) que operam em 50Hz. Além das subestações conversoras de freqüência do SIN (Sistema Interligado Nacional), que fazem a conexão eletroenergética entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, por exemplo, temos no RS a SECHA (Subestação Charqueadas) de propriedade da ELETROSUL Centrais Elétricas.

    Lá as máquinas geradoras da unidade termelétrica (que são propriedade da TRACTEBEL Energia) geram em 50Hz. Esta energia é conectada a um barramento de 50Hz onde, posteriormente, esta tensão é convertida para 60Hz para poder fazer a conexão com o SIN. Neste mesmo barramento de 50Hz é também conectada a Linha São Jerônimo, que vem da Usina de São Jerônimo, que também gera em 50Hz.

    Ou seja, sistemas antigos operando em 50Hz, embora fora do padrão do SIN, ainda existem e fazem parte do nosso sistema.

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