sexta-feira, 29 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Considerações Finais

O negócio MVNO no mundo deve girar algo em torno de R$ 1,8 bilhões nos próximos cinco anos, com perspectivas de contar com uma base de 9,5 milhões de assinantes neste período (Signals Telecom Consulting). No Brasil, este mercado irá aquecer a partir do surgimento das primeiras iniciativas, uma vez que o marco legal para isto, a resolução 550, já está valendo. O país tem muitos empreendimentos com o perfil adequado para o surgimento de iniciativas bem sucedidas, o que poderá ser um motor para o surgimento de um mercado próspero para prestação de serviços de MVNE.
As atuais Operadoras enquadradas como MNOs já possuem as qualidades naturalmente desenvolvidas para agregarem ao seu portfólio os serviços de MVNE. Contudo, isto não será desestímulo para o surgimento de outros competidores neste novo mercado, sobretudo aqueles empreendimentos dotados da eficiência operacional capazes de oferecer um custo adequado aos proponentes a MVNO. Atenção especial deve ser dado a todos os componentes que sustentam o catálogo de serviços da MVNE, uma vez que se trata de operação complexa, com muitos elementos envolvidos. Portanto, um planejamento meticuloso, seguido de uma execução esmerada deste, deve ser a diretriz para o desenvolvimento de uma MVNE. Adicionalmente, uma relação saudável com as MNOs deve ser buscada pelas MVNEs.
Por fim, vale ressaltar que a integração de sistemas é parte essencial e crítica dos processos de uma MVNE, devendo as MVNOs, ao contratarem a prestação de serviços de MVNE, prestarem especial atenção neste quesito.

Uma máxima que resume toda a orientação para o sucesso de uma MVNE é:

“Melhor ser uma MVNO para conhecer como ser uma boa MVNE”



Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Regulamenta a exploração de serviço móvel pessoal – SMP através de redes virtuais RRV-SMP. Resolução n. 550 de 22 de novembro de 2010.
AMDOCS. Amdocs MVNE/MVNO Solution. Disponível em http://www.amdocs.com/solutions/convergence/Pages/MVNESolution.aspx
CAMEL Customised Applications for Mobile Networks Enhanced Logic. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/CAMEL
CECCHI, Henrique. Viabilizando oportunidades no mercado brasileiro. In: WORKSHOP MVNE: OPERADORA VIRTUAL: UMA REALIDADE NO BRASIL, 1., 2011, São Paulo.
EFFORTEL. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Effortel e www.effortel.com
INAP - Intelligent Network Application Part. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/INAP
MVNE Mobile Virtual Network Enabler. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/MVNA
OSATO, Renato. O impacto da regulação no mercado brasileiro: as regras da Anatel e os possíveis modelos de negócios – conceitos básicos. In: WORKSHOP MVNE: OPERADORA VIRTUAL: UMA REALIDADE NO BRASIL, 1., 2011, São Paulo.
PRADO, Eduardo. O impacto da regulação no mercado brasileiro: as regras da Anatel e os possíveis modelos de negócios – conceitos básicos. In: WORKSHOP MVNE: OPERADORA VIRTUAL: UMA REALIDADE NO BRASIL, 1., 2011, São Paulo.
TRANSATEL. Disponível em http://www.transatel.com

quinta-feira, 28 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte V: Modelo de Negócios

Esta é uma série de posts sobre o assunto "MVNE - Mobile Virtual Network Enabler". Neste post, apresentaremos uma síntese sobre os diferentes modelos de atuação de uma MVNE no mercado.


Pelo menos 3 dos fatores de sucesso listados abaixo uma MVNO necessita para aumentar suas chances no mercado:

● Marca forte;
● Grande base de clientes;
● Uma rede de distribuição sólida;
● um relacionamento de fatura com o cliente, como aquele existente nos cartões de crédito, conta de água, luz, etc.;
● a presença de canais promocionais.

Um marco de sucesso para uma MVNO é o alcance de uma base de assinantes de 1 milhão de subscrições em até 2 anos. Espera-se que boa parte das iniciativas não atinjam este número.

Há basicamente dois mercados a serem abordados pelas MVNOs:
  • A base de assinantes pré-pago das Operadoras, que corresponde a aproximadamente 80 % dos 200 milhões de subscrições móveis existentes no país e que são de baixo retorno para as MNOs. As MVNOs devem perseguir a melhoria da rentabilidade destes assinantes, numa relação simbiótica com as MNOs;
  • A perspectiva apontada pela Anatel de um crescimento da base de assinantes móveis para 1 bilhão de subscrições em até 20 anos. O acréscimo de 800 milhões não virá através da introdução massiva de novos assinantes “pessoa física” e sim pela habilitação de cartões SIM em dispositivos, para fins de comunicação máquina-máquina (M2M). Por exemplo, seguradoras podem lançar seus serviços SMP com vistas a habilitarem IMSIs em veículos, a fim de proverem serviços de rastreamento. Concessionárias de energia habilitarão SIM cards em medidores de energia e sensoriamento da rede elétrica, com o objetivo de telemedição e para as smart grids. Outros exemplos incluem a comunicação de sensores com centros de operações para fins de monitoramento ambiental e prevenção de catástrofes.

É consenso que as MVNOs com maiores chances são aquelas que não entrarem numa competição por preços com as MNOs, buscando estratégias de serviço móvel complementares ao seu negócio, agregando valor ao cliente final e promovendo fidelização. Por exemplo, redes de varejo em que os clientes efetuem pagamentos por celular, recebam SMS de ofertas, dentre outros. Para bancos, o celular é um terminal bancário que poderia promover a inclusão de 52 milhões de pessoas “desbancarizadas” no sistema, reduzindo custos de abertura/manutenção de agências. Assim, uma operadora virtual poderia atender este propósito, oferecendo como vantagens créditos de ligação para os assinantes e serviços como saque sem cartão (já oferecido pelo Banco do Brasil, para citar um caso). Por outro lado, segmentos com experiências de insucesso em MVNOs são aqueles que se voltaram para o público jovem, de mídia, que só oferecem acesso web ou com modelos de negócio voltados à oferta de ligações gratuitas em troca de publicidade.

Outro aspecto a ser explorado pelas MVNOs é o atendimento de nichos e a fidelização. É consenso que as MNOs não conseguem segurar seus clientes, são incapazes de promover um vínculo duradouro com estes. Uma prova disto são as altas taxas de churn observadas. As MVNOs são então vistas como uma maneira de se estabelecer uma relação de afinidade com o assinante. Na Europa, muitas MNOs estão adotando a estratégia de second branding, usando uma MVNO para lançamento de uma segunda marca, visando fidelizar o cliente e eliminar uma impressão ruim provocada por atendimento inadequado. Ainda na Europa, como exemplo de mercado de nicho, há MVNOs de sucesso voltadas para determinados grupos étnicos (imigrantes), com central de atendimento e prompts de URA/IVR no idioma nativo. Neste caso em particular, a MVNO deve estabelecer bons acordos de tráfego internacional.

Por isso, um aspecto muito importante para o lançamento de uma MVNO é o desenvolvimento de um plano de marketing adequado, alinhado com a visão e missão de negócio da proponente.

Os modelos de cobrança que uma MVNE pode aplicar em suas MVNOs são diversos, mas é possível enquadrá-los nas categorias abaixo:

● para um setup inicial do serviço;
● por ativações brutas de assinantes;
● por assinantes ativos.

Estes dependem fundamentalmente do volume, localização e complexidade do projeto de MVNO.

Os modelos de negócio podem ser nas seguintes variações:

  1. a MVNO paga à MVNE um preço fixo por cliente ou por transação. Neste caso, o risco é da MVNO;
  2. a promoção de uma joint-venture entre a MVNO e a MVNE, com um modelo de compartilhamento de riscos e de receitas (revenue share);
  3. A MVNE garante à MVNO uma margem fixa, com o mínimo envolvimento operacional por esta última. Nesta situação, o risco é da MVNE.
Figura 04 – Modelos de Envolvimento de uma MVNE

Uma MVNE necessita do seguinte perfil para ser bem sucedida:
  • baixo custo operacional;
  • estrutura enxuta;
  • agilidade e rapidez para o lançamento de novos serviços demandados por MVNOs (em dias/ horas);
  • processos melhores;
  • plataforma OSS/BSS integrada e “magra”;
  • compatibilidade e interoperabilidade;
  • Integração com sistemas não-telecom;
  • parceiros certos.

O grande desafio para uma MVNE é operar com custos e margens baixas, além disso ser flexível, com capacidade de se integrar a múltiplos sistemas de MVNOs distintos e lançando serviços em prazos inferiores a 6 meses, pois os benefícios e a razão de existir das MVNEs são os menores custos operacionais (o ganho está na escala), time to market e conhecimento no segmento de telefonia móvel que a MVNO não tem.

O próximo post terminará esta série sobre MVNEs, tecendo algumas conclusões, bem como apresentando algumas referências para obtenção de maiores informações a respeito.

Até lá!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte IV: Arquitetura de Rede

Esta é uma série de posts sobre o assunto "MVNE - Mobile Virtual Network Enabler". Nesta parte, abordaremos os aspectos relacionados à arquitetura de rede das MVNEs.


Tem-se observado que as MVNEs pesquisadas possuem uma proposta de arquitetura de rede muito semelhante, baseada em alocação de recursos ora centralizados, ora distribuídos. Em geral, dispõem de datacenter próprio, onde ficam hospedados os principais sistemas, principalmente àqueles concernentes ao core operacional. Contudo, alguns sistemas são distribuídos, dependendo da abrangência geográfica de interesse na prestação do serviço, ficando hospedados em datacenters de parceiros. Isto é feito principalmente para as plataformas tecnológicas responsáveis pelos serviços de valor adicionado que geram muito tráfego de rede, como serviços de URA e de correio de voz, a fim de aliviar o tráfego para o site central.

A figura a seguir ilustra o caso de arquitetura de rede da Effortel, que possui um datacenter central nível 3 em Bruxelas, com disponibilidade de 99,999%, que realiza principalmente as funções de controle de chamadas sobre sinalização SS7, estando os sistemas de URA e voicemail instalados localmente em datacenters de parceiros.






Figura 02 – Exemplo de Arquitetura de Rede

Na arquitetura de rede inteligente, a partir da sinalização SS7, a MVNE deve funcionar como um Ponto de Controle de Serviços, comunicando-se com as centrais de comutação de serviços, para definir os serviços de rede, através de protocolos como o Intelligent Network Application Part (INAP), provendo facilidades como a translação de números telefônicos. Outro aspecto que a MVNE deve ser aderente é à arquitetura CAMEL (Customised Applications for Mobile Networks Enhanced Logic ETSI TS 123 078), presente no core das redes GSM ou UMTS, o qual se podem criar muitos serviços de rede, sendo particularmente efetivo para uso de serviços quando o assinante se encontra em roaming, como em discagem sem prefixo ou envio de mensagens MMS de forma transparente. Outro conceito que deve ser suportado para o mesmo propósito de facilitar serviços em roaming é o Wireless Intelligent Network (WIN) desenvolvido pela TIA. Alternativamente, estas funcionalidades podem ser implementadas com o protocolo SIGTRAN transportado sobre IP.
Outro protocolo da SS7 importante para o Ponto de Controle de Serviços da MVNE é o Mobile Application Part (MAP), disponível tanto para GSM quanto para UMTS, o qual é usado para acesso às bases HLR e VLR, a MSC, ao Centro de Autenticação, ao SMSC e ao Nó de Suporte a Serviços GPRS (SGSN), provendo serviços de mobilidade, operação e manutenção, processamento de chamadas, serviços suplementares, serviço de mensagens (SMS), serviços de dados para GPRS e serviços de localização de assinantes móveis. Uma especificação semelhante para o caso de integração com redes móveis legadas, como AMPS ou CDMA, é através do padrão IS-41.
O Ponto de Controle de Serviços da MVNE se integra a outros elementos via protocolos específicos. Para autenticação e autorização este deve suportar o Radius ou seu sucessor, o protocolo Diameter. A integração com servidores de aplicação VoIP é realizado via SIP. Já a comunicação com sistemas, como servidores de aplicação ou sistemas de billing pode se dar pelo protocolo diameter, por webservices ou protocolos proprietários.







Figura 03 – Ponto de Controle de Serviços e Protocolos

Segundo informações da empresa Effortel, esta arquitetura está preparada para ser escalável até 10 milhões de assinantes. Pode trabalhar tanto com as tecnologias GSM, UMTS, CDMA ou WiMax, quanto está preparada para integrar-se a sistemas via APIs web ou SOAP/XML. Hoje, possui integração com as principais plataformas de Telecom de mercado, providas por empresas como Nokia Siemens, Ericsson, Motorola e Huawei.
Outra provedora MVNE na Europa, a Transatel, com 100 empregados, 11 MVNOs na carteira de clientes, conexão a cinco operadoras móveis europeias, capacidade de atendimento para 20 milhões de assinantes, com operações na França, Reino Unido, Bélgica, Suíça, Holanda e Luxemburgo, utiliza 4 datacenters para hosting distribuído de recursos.

No próximo post, intitulado "Modelo de Negócios", serão abordados os principais modelos em que uma MVNE pode atuar.

Até lá!





terça-feira, 26 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte III: Arquitetura Tecnológica

A arquitetura tecnológica da MVNE realiza a conexão dos sistemas de back-office da MVNO com a infraestrutura de rede da MNO. Como ilustra a figura abaixo, estes sistemas podem ser o ERP da MVNO, o CRM, o Programa de Fidelização, dentre outros. Observe que a presença destes sistemas não é obrigatória, dependerá de cada postulante a MVNO. Haverá casos em que a proponente não terá estes sistemas, devendo a MVNE estar preparada para se adaptar a estas demandas, provendo recursos como o CRM.
Os elementos básicos da plataforma tecnológica que suporta os serviços de MVNE são os sistemas de OSS/BSS, o qual são compostos de:

●    Sistemas dedicados de Telecom, como a plataforma de pré-pago;
●    Sistemas de TI, como o Billing e o CRM;
●    Plataformas de Valor Adicionado (VAS), como voicemail, USSD, SMSC e outros.



Figura 01 – Elementos típicos de uma MVNE

Do lado da MNO, os prestadores de serviço de MVNE devem ser capazes de se integrar, de forma a realizar comandos de provisionamento, no sentido de ativar/ desativar as estações móveis, colher os bilhetes para fins de tarifação e conciliação, bem como trocar sinalização com a rede, a fim de prover serviços de valor adicionado, como URAs ou correio de voz.
A plataforma tecnológica que suportará os serviços pela MVNE deverá ser dotada de uma série de “conectores”, pois será guiado pela forte integração de sistemas. A habilidade de se integrar usando especificações abertas de mercado, como Parlay, SOAP ou XML para o caso de sistemas, ou ainda SIP e SS7 para o caso da camada de sinalização, garante transparência e a flexibilidade necessária para se atender diferentes MVNOs, bem como MNOs.
Do ponto de vista tecnológico, é na integração de sistemas que se encontra o fator crítico de sucesso de uma MVNE, pois esta requer tanto um trabalho conjunto com as Operadoras móveis, envolvendo ajustes finos e testes de aceitação, como na integração de sistemas de terceiros, como sistemas de distribuição, de pagamentos, CRM, bancos, webservices e etc. Uma MVNE deve se posicionar como integrador pleno (full integrator) de sistemas. Toda a MVNE deve hoje ser capaz de se integrar a sistemas de LBS (localização) e NFC (pagamentos móveis) para a oferta de serviços diferenciados, além de possuir base própria para HLR, a fim de prover recursos avançados de roaming, por exemplo. Outra questão crítica é o sistema de billing, pois fatura e cobrança é a maior fonte de reclamações dos usuários do serviço SMP atualmente.
Assim, a MVNE deve tanto possuir experiência na integração com terceiros quanto demonstrar capacidade de customização, conforme o perfil da MVNO demandante.
Dentre os serviços a serem prestados por uma MVNE, está o provimento de sistemas de Back-Office. Dentre alguns exemplos, podemos citar:

● Sistema para o Ponto de Venda (POS) online: interface (preferencialmente web) que permite aos vendedores do serviço de telefonia móvel habilitar assinantes, realizando os registros necessários (nome, endereço para fatura, preço do plano, método de pagamento), a gestão de documentos (GED para arquivar, associar assinante a seus documentos comprobatórios como identidade, comprovante de endereço, etc.), a ativação do assinante, a impressão do contrato e a entrada no CRM. Dependendo da regulamentação de cada país, este sistema deverá suportar a entrada de registro de assinantes pré-pagos (que é o caso do Brasil).
● Monitoramento e Relatórios: todos os serviços comumente prestados por Centros de Gerência de Redes ou NOCs, com estatísticas de ativações, clientes, chamadas, balanço de créditos de pós-pago, etc.
● Bilhetagem: Como a conciliação de contas, certificando-se que a bilhetagem da MVNO pela MNO esteja de acordo com os preços de minutagem no atacado acordados;
● Soluções de CRM: principalmente agregando as informações concernentes à assinatura, como data de ativação, histórico de bilhetagem, planos contratados, etc.

Outro aspecto importante para uma MVNE é prover uma interface para as MVNOs configurarem a lógica de seus serviços SMP de forma amigável, como por exemplo, a definição de taxas de ativação, metodologias de bilhetagem (por minuto ou segundo), opções de serviços de valor adicionado, acesso a Internet por bytes trafegados, por tempo ou flat, se pré, pós-pago ou híbrido, assim como formas de cobrança mais complexas ou até mais simples, como uma tarifa flat.

No próximo post, exploraremos a arquitetura típica de rede de uma MVNE.
Até lá!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte II: Introdução

Antes de iniciar a descrição deste tema, apresentam-se abaixo as definições de termos que serão vistos com frequência nesta série de posts sobre MVNE:

  • MVNO - Mobile Virtual Network Operator - É a empresa autorizada a prestar o serviço móvel pessoal (SMP) através de Rede Virtual (RRV). Segundo o marco regulatório dado pela resolução 550 da ANATEL, para ser uma MVNO, basicamente esta deve celebrar contrato com uma MNO (que será definida a seguir) e ter este contrato apreciado e aprovado pela ANATEL.
  • MNO - Mobile Network Operator - São as detentoras da licença do SMP e por conseguinte da infraestrutura de redes móveis (Estações Rádio Base, CCCs, …). No Brasil, empresas como Oi, Claro, TIM e Vivo são as MNOs.
  • MVNE - Mobile Network Virtual Enabler - São os viabilizadores da MVNO, prestando os serviços da Operadora Móvel que não envolva a infraestrutura de rede. Podem ser vistos como a estrutura funcional mediadora entre a parte física provida pela MNO e o relacionamento com o mercado de nicho realizado pela MVNO.
  • MVNA – Mobile Network Virtual Aggregator – É uma MVNE que inclui em seu portfólio a negociação dos contratos de minutagem no atacado para a MVNO.

A classificação apresentada acima é funcional, não envolvendo as relações de mercado que podem ocorrer. Por exemplo, a empresa belga Effortel tanto provê serviços de MVNE quanto administra uma operação de MVNO em conjunto com o Carrefour. Uma MNO já possui toda a infraestrutura para prestação de serviços de MVNE, uma vez que elas já atuam em todas as camadas do negócio Serviço Móvel Pessoal.

Este novo marco regulatório cria uma cadeia de valor na comercialização de serviços móveis, uma vez que se tem configurada a figura da MNO vendendo minutagem no atacado e a MVNO diluindo esta escala no varejo. A MVNE participa da cadeia no suporte ao negócio e às operações da MVNO, realizando, dentre outros:

  • OSS/BSS;
  • Billing;
  • Fatura e Cobrança;
  • Serviços de Valor Adicionado (VAS) como URA, correio de voz, mensageria, Internet;
  • Atendimento e suporte a clientes;
  • Conciliação de Contas;
  • Provisionamento de recursos;
  • Outros sob medida.

Basicamente, a MVNO atua com foco na marca, no nicho, na lealdade de sua base de clientes e no marketing, enquanto a MVNE suporta as operações (back-end).

Em tese, a responsabilidade pela camada de habilitação da MVNO não necessariamente precisa ser da MVNE. A tabela abaixo sumariza os prós e contras associados à atribuição desta responsabilidade aos agentes da cadeia de RRV-SMP:


Prós
Contras
MNO
MNO com controle total
Maior impacto sobre a TI
Complexo com múltiplas MVNOs
Menor inovação na oferta de MVNO
Maior risco de canibalização para a MNO
MVNO
MVNO com mais liberdade
Está fora da competência da MVNO
Investimentos maiores
MVNE
Investimento compartilhado
Redução da complexidade
Mitigação dos riscos para MVNOs/MNOs
Time to market
Dependência do parceiro


Tabela 01 – Prós e Contras da Responsabilidade pela Habilitação da RRV-SMP


Embora o objetivo deste post é apresentar o conceito de MVNE, serão tratados muitos aspectos relacionados às MVNOs, uma vez que estes aspectos são indispensáveis para o bom entendimento da cadeia de valor em que se insere as Enablers.

Continua em post futuro...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pausa do "Poder das Pontas" no Feriadão

Comunico que o "Poder das Pontas" ficará sem postagens ou moderação até domingo, 24/04, em razão de o editor ficar "offline" durante o feriadão que se aproxima.

Contudo, o acesso as informações disponibilizadas até hoje continua normalmente. Eventuais comentários só serão moderados a partir de domingo. Assim, não estranhe se ele não for publicado até lá.

O blog voltará a ativa a partir de domingo. Novos posts já estão no forno, então não deixe de acessá-lo, novidades virão!

Para os alunos de O&A, este link disponibiliza o roteiro para a prática do dia 26/04, afim de se prepararem para esta atividade. Lembro que a aula de hoje será o referencial teórico para a próxima prática.

Um bom feriadão a todos. Equilibrem descanso, celebração e estudo, porque ficar "lagarteando" o dia inteiro também não dá! Como dica, para ficarem por dentro das novidades em celulares e tablets, acessem o blog Ucel

Prof. Djan

MVNE - Mobile Virtual Network Enabler - Parte I: Apresentação

Este post introduz o assunto Mobile Virtual Network Enabler - MVNE, trazendo os elementos básicos esclarecedores deste tipo de serviço, que se tornará muito comum no cenário atual das telecomunicações nacionais, haja vista a regulamentação pela ANATEL dos Mobile Virtual Network Operators - MVNOs, ou Operadoras Móveis Virtuais. Este tema, que pode ser visto como a grande novidade regulatória atualmente em curso no Brasil,  trará oportunidades de negócios e, portanto, objetiva-se, através deste artefato, ser um guia para conhecimento de algumas nuances, eliminar dúvidas, responder alguma questões pertinentes, bem como estimular pesquisas na área.
As MVNOs, realidade há algum tempo em locais como a Europa e a Ásia, tiveram seu marco legal no país via resolução da ANATEL número 550, de 22 de novembro de 2010, que aprovou o Regulamento sobre a exploração de Serviço Móvel Pessoal - SMP por meio de Rede Virtual (RRV-SMP). Isto abrirá o leque para empresas ou instituições como bancos, redes varejistas, agremiações esportivas ou religiosas possam prestar o serviço de comunicações móveis para mercados de nicho. Entretanto, operar um serviço desta natureza é complexo,  foge do core business de muitos interessados e demandam investimentos, o que pode comprometer a competitividade do empreendimento. É aí que entram as MVNEs, oferecendo ao mercado toda a sua expertise, funcionando como um mediador entre a infraestrutura de rede  (Operadora Móvel) e a MVNO, detentora do branding associado ao mercado-alvo em questão.

Continua em post futuro...

terça-feira, 19 de abril de 2011

dia a dia, bit a bit… por Silvio Meira » a "bandinha" do brasil

Em fevereiro postei algo sobre o PNBL em http://poderdaspontas.blogspot.com/2011/02/pnbl-alternativo.html

O Blog do Silvio Meira postou um artigo bem interessante sobre nossas políticas de banda larga em:

dia a dia, bit a bit… por Silvio Meira » a "bandinha" do brasil

Sistemas Biomédicos

É impressionante como o tema saúde vem sendo um dos pilares da política norte-americana, com reflexos no mundo inteiro. Isto tem sido um motor de uma demanda crescente por tecnologias que reduzem os custos dos sistemas de saúde, promovendo melhor acompanhamento e cuidados a pacientes ou colaborando para a prevenção de riscos, ou mesmo aplicado a tratamentos específicos.

Acompanhando o blog "The Embedded Beat" da Freescale, esta tendência pode ser observada pela quantidade de posts relacionados ao assunto só nesta última semana.

Em http://blogs.freescale.com/2011/04/12/how-will-genetic-manipulation-be-impacted-by-technology/, o Dr. Jose Fernandez Villasenor apresenta o tratamento de enfermidades via manipulação genética e como a tecnologia pode colaborar para o avanço neste campo.

Em http://blogs.freescale.com/2011/04/14/the-fat-tax-is-coming/, Steve Dean comenta a respeito de impostos a serem pagos por fumantes, diabéticos ou obesos e como a tecnologia de monitoramento pode nos auxiliar a não pertencer a estes grupos.

Por fim, em http://blogs.freescale.com/2011/04/19/analog-and-custom-asics-a-new-collaboration-to-address-both/, Steve Dean apresenta que boa parte dos sistemas biomédicos ainda são analógicos, o que poderia criar uma tendência para novos sistemas digitalizados. Entretanto, deve-se atentar que qualquer sistema biomédico deve ser homologado por uma agência reguladora de saúde (FDA no caso dos EUA, ANVISA aqui no Brasil).

Para terminar, mostro uma foto de um dispositivo que controla a taxa de gotejamento, para aplicação de soro, que tirei enquanto minha esposa estava internada. Chamou-me atenção ao fato deste se basear em princípios eletromagnéticos, pois como pode ser observado, há uma espécie de circuito magnético envolvendo o gotejador. Daí pergunto, como pode um campo elétrico ou magnético controlar a velocidade de uma gota? Poste seu comentário abaixo.






segunda-feira, 18 de abril de 2011

Projeto de Cantenna - Parte Final

Construção

1. Com o abridor de latas, remova cuidadosamente a parte de cima da lata.

O disco circular tem a beirada muito afiada. Tenha cuidado ao manuseá-lo! Esvazie a lata e lave-a com sabão. Caso a lata contenha abacaxi, bolachas ou alguma outra guloseima, compartilhe com um amigo.
2. Com a régua, meça 6,2 cm a partir do fundo da lata e marque um ponto. Tenha cuidado em medir a partir da parte de dentro do fundo da lata. Use um furador (ou uma pequena broca, ou uma chave Phillips) e um martelo para marcar o ponto. Isto facilita na hora de usar a broca para fazer o furo. Certifique-se de não mudar a forma da lata ao fazer isto usando um pequeno bloco de madeira ou outro objeto dentro da lata antes de marcá-la.



3. Com uma broca de diâmetro pequeno, faça um furo na posição marcada. Aumente o diâmetro do furo gradualmente, usando brocas de tamanho crescente. O furo deve comportar, exatamente, o conector N. Use a lima para suavizar a borda do furo e remover a tinta ao redor dele, garantindo um melhor contato elétrico com o conector.



4. Lime uma das extremidades do fio, estanhando-a em cerca de 0,5 cm, com o auxílio do torninho ou alicate.



5. Com o ferro de solda, estanhe o pino central do conector. Mantendo o fio na vertical com o alicate, solde o lado estanhado ao furo do pino central.



6. Com o ferro de solda, estanhe o pino central do conector. Mantendo o fio na vertical com o alicate, solde o lado estanhado ao furo do pino central.



7. Desenrosque a base do conector, deixando a arruela em seu lugar. Insira o conector no buraco da lata e rosqueie novamente o conector por dentro da lata.



8. Use o alicate ou a chave inglesa para rosquear firmemente a porca no conector. Pronto!



Assim como outros projetos de antena, você deve protegê-la contra o tempo para o uso externo. Tubos de PVC funcionam bem para a antena de lata. Insira toda a lata em um tubo largo de PVC, vedando as extremidades com tampas e cola. Você precisará fazer um furo lateral no tubo para acomodar o conector N no lado da lata.

Cantenna como alimentador de parabólica

Da mesma forma que o USB dongle e a parabólica, você pode usar o projeto da cantenna como um alimentador, com um ganho significativamente mais alto. Monte a lata na parabólica com a abertura da mesma apontando para o centro do prato. Use a técnica descrita no exemplo da antena com o USB dongle (observando a mudança da intensidade do sinal) para encontrar a melhor posição da lata para a parabólica que você está usando.
Usando uma cantena bem construída em conjunto com uma parabólica devidamente sintonizada, você pode ter um ganho total de 30 dBi ou mais. Aumentando o tamanho da parabólica, aumenta também o ganho e a diretividade da antena. Com parabólicas bem maiores, você pode conseguir ganhos significativamente maiores.
Por exemplo, em 2005, uma equipe de estudantes universitários estabeleceu um link de Nevada para Utah nos Estados Unidos. Este link atravessou uma distância acima de 200 Km. Os entusiastas de comunicações sem fio usaram um prato de satélite de 3,5 metros para estabelecer uma conexão 802.11b de 11 Mbps, sem o uso de um amplificador. Os detalhes desta conquista podem ser encontrados em http://www.wifi-shootout.com/

Referência


DIVERSOS. Redes sem Fio no Mundo em Desenvolvimento: Um guia prático para o planejamento e a construção de uma infra-estrutura de telecomunicações. ISBN 978-0-9778093-8-7. Disponível em http://wndw.net/

domingo, 17 de abril de 2011

Apostila resumo do Capítulo 3 de Eletromagnetismo

Está disponível neste link a apostila resumo do capítulo 3 da disciplina de eletromagnetismo, intitulada "Problemas de Valor de Fronteira em Eletrostática", tratando, basicamente, dos conteúdos iniciados na última aula (Equações de Poisson e Laplace, Capacitância). Exercícios incluso.

Finalista da FEBRACE é aceito no MIT

O estudante Rafael Telis Gazzin Pessoa, 18, irá começar em agosto sua graduação em Engenharia Aeroespacial, no MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Rafael estudou no CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) e foi finalista da FEBRACE em 2008 e 2009, apresentando na feira um projeto de um motor a jato supersônico, com vantagens econômicas e ecológicas.
Em 2009, Rafael foi selecionado para a Intel ISEF - a maior feira de ciências e engenharia do mundo, nos Estados Unidos – onde chegou ao 3º lugar na área de Electrical and Mechanical Engineering. No final desse mesmo ano, um representante do MIT no Brasil entrou em contato com o estudante e o convidou para participar do processo seletivo da universidade americana. Assim, Rafael começou a se dedicar exclusivamente para este processo, e passou o ano de 2010  preparando e aperfeiçoando seus conhecimentos.
No dia 14 de março de 2011, recebeu a notícia que tinha sido aceito no MIT. Após passar pela avaliação financeira, Rafael conseguiu uma bolsa que irá possibilitar seus estudos sem que ele entre em débito com a faculdade.
Além de Engenharia Aeroespacial, irá fazer um curso secundário na área de negócios.

Fonte: Saber Eletrônica