Hoje, sexta-feira, recebi a newsletter do Electrical Engineering Community, com um artigo descrevendo o projeto de uma ferramenta de cálculo para fator de potência voltado para economia de energia, quando são instalados bancos de capacitores. O nome do projeto é PowerFacAging Calculator e a justificativa dos autores para o nome é que alertam para a importância de se observar o ciclo de vida do banco de capacitores, uma vez que estes se tornam menos eficientes ao longo de uma sequência de cargas/descargas e que a instalação evolui no passar dos tempos, acrescentando, por exemplo, novas cargas. O gráfico abaixo ilustra um pouco isto:
Mas, o que me chamou a atenção no post, lembrando-me de que hoje é sexta, foi esta imagem:
Qual o motivo desta imagem, alusiva ao tema Fator de Potência? Faça seu comentário a respeito.
Boa sexta-feira a todos!
[Poder das Pontas - fenômeno eletromagnético consistindo na capacidade das pontas em aglutinar cargas elétricas, aumentando o campo elétrico no entorno]. O Poder das Pontas é o blog aglutinador dos conhecimentos em Engenharia Elétrica.
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Por que a inovação Honda U3-X não me encantou
Recebi do amigo Cesário Simões (colega recém aposentado da Dígitro) este vídeo, a Honda reinventando a roda:
Mas por que não me encantei com esta inovação? A algum tempo atrás o coordenador da Telemática da Unisul, prof. Anderson André, procurou-me para um esforço em levantar possíveis patrocinadores para o projeto de TCC do aluno Marcos Passos, cujo objetivo era desenvolver um veículo similar ao Segway.
Aprendi muito neste envolvimento. Uma das coisas que soube é que a Segway, conhecedora das potencialidades de cópias e possíveis piratarias de sua inovação por certos países, preocupara-se em patentear sua ideia mundialmente, amarrando na descrição da patente uma série de características, visando dificultar o desenvolvimento de um veículo similar. O que está descrito na patente é algo que impede qualquer tentativa de se desenvolver e se registrar um veículo baseado no conceito do pêndulo invertido que empregue duas rodas acopladas a uma base, onde o condutor o dirige em pé através de um manete. Desnecessário dizer que esta informação levou por água abaixo qualquer tentativa de transformar o TCC em um plano de negócios.
Então, o que vemos no conceito da Honda? Exatamente um veículo que utiliza as abordagens de controle do pêndulo invertido (problema clássico de controle), mas com características que a primeira vista parecem inovações disruptivas, porém, olhando-se mais atentamente, percebe-se que buscam fugir do escopo da patente do Segway, uma vez que a condução é feita sentada e o veículo emprega apenas uma roda com dois graus de liberdade para rotação.
Trata-se então de processo inovativo? Obviamente que sim e uma bela inovação. Apenas suspeito que sua principal motivação seja fugir dos tribunais e de nossos amigos advogados, o que não deixa de ser um motor para se inovar. Contudo, deste jeito, parece que cai o encanto na capacidade humana de inovar, embora, como confidenciou um amigo engenheiro, com a facilidade no fluxo de informações e o acesso fácil ao conhecimento nos dias de hoje, é cada vez mais difícil ter uma ideia genuinamente original.
Mas por que não me encantei com esta inovação? A algum tempo atrás o coordenador da Telemática da Unisul, prof. Anderson André, procurou-me para um esforço em levantar possíveis patrocinadores para o projeto de TCC do aluno Marcos Passos, cujo objetivo era desenvolver um veículo similar ao Segway.
Aprendi muito neste envolvimento. Uma das coisas que soube é que a Segway, conhecedora das potencialidades de cópias e possíveis piratarias de sua inovação por certos países, preocupara-se em patentear sua ideia mundialmente, amarrando na descrição da patente uma série de características, visando dificultar o desenvolvimento de um veículo similar. O que está descrito na patente é algo que impede qualquer tentativa de se desenvolver e se registrar um veículo baseado no conceito do pêndulo invertido que empregue duas rodas acopladas a uma base, onde o condutor o dirige em pé através de um manete. Desnecessário dizer que esta informação levou por água abaixo qualquer tentativa de transformar o TCC em um plano de negócios.
Então, o que vemos no conceito da Honda? Exatamente um veículo que utiliza as abordagens de controle do pêndulo invertido (problema clássico de controle), mas com características que a primeira vista parecem inovações disruptivas, porém, olhando-se mais atentamente, percebe-se que buscam fugir do escopo da patente do Segway, uma vez que a condução é feita sentada e o veículo emprega apenas uma roda com dois graus de liberdade para rotação.
Trata-se então de processo inovativo? Obviamente que sim e uma bela inovação. Apenas suspeito que sua principal motivação seja fugir dos tribunais e de nossos amigos advogados, o que não deixa de ser um motor para se inovar. Contudo, deste jeito, parece que cai o encanto na capacidade humana de inovar, embora, como confidenciou um amigo engenheiro, com a facilidade no fluxo de informações e o acesso fácil ao conhecimento nos dias de hoje, é cada vez mais difícil ter uma ideia genuinamente original.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Recorde mundial de campo magnético supera 100 teslas
Recorde mundial de campo magnético supera 100 teslas: O nível de 100 teslas equivale a 2 milhões de vezes a intensidade do campo magnético natural da Terra.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Por que as coisas não mudam?
A partir de hoje mudarei um pouco a temática deste blog para também opinar sobre temas de relevância geral.
A bola da vez dos noticiários é a propina em compras públicas. Ontem, no Fantástico, foi a vez do projeto de Internet gratuita de João Pessoa, a "Jampa Digital". Fiquei me perguntando: por que essas coisas não são o estopim para uma revolta popular, para protestos, para uma luta por mudanças reais? Por que após estas denúncias a população não vai às ruas do nosso Brasil no dia seguinte? Será que tais notícias são tão constantemente veiculadas que se banalizaram, a ponto de se tornar "normal"? Ou por que só vale a pena protestar quando aumenta a passagem do transporte público?
Acho que a culpa é nossa. Isso é um espelho de nós, brasileiros, refletindo a cultura nefasta que se implantou aqui desde o descobrimento. Lembram quando ocorreu o escândalo das aposentadorias precoces na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina? Será que o negócio foi solucionado? Ou evaporou, assim como o mensalão? A verdade é que, a despeito de uma breve indignação na frente das TVs, nossa cultura não se comove mais com este tipo de escândalo. Pelo contrário: no imaginário dos brasileiros, eles gostariam de estar no lugar daqueles que se aposentaram.
Vejam o caso dos concursos públicos. Cada vez mais brasileiros e brasileiros, como que tomados por uma enorme fome do saber, afundam-se a estudar com vistas a tão sonhada estabilidade, quero dizer, com a tão sonhada carreira pública. Esses dias, caminhando no parque de Coqueiros, vi um grupo que, entre corridas e tentativas de barras, exibiam orgulhosamente uma camiseta em que se via escrito "preparação física para concurso de agente de polícia federal". É o governo em suas diferentes esferas promovendo a educação e a saúde da população a partir dos concursos públicos!
Fiquei com uma desconfiança: tirando a grande massa despreparada que inevitavelmente fica para trás, será que aqueles que passam levam jeito mesmo para "servir o público" (caso contrário, não seria chamado de servidor público) ou só estão fazendo uso de sua vantagem intelectual momentânea? Infelizmente, esta não parece ser a realidade. Se fosse assim, não leríamos coisas como o que li num certo órgão: "desacatar o servidor público é crime". Será que é desacato ou desespero, por não ter a quem recorrer pela péssima qualidade dos serviços públicos? O sonho da estabilidade cria no brasileiro a sensação de segurança que o mesmo precisa para financiar seus sonhos de classe média: o apartamento novo, o carrão "completaço", a viagem para Europa e para Disney, o novo Apple iPhone... Além do que, o setor público parece que está pagando melhor que a iniciativa privada, criando artificialmente uma nova elite, às custas de todos nós contribuintes (tirando os impostos embutidos, já fizeram a sua declaração de imposto de renda?). Isto é ruim, pois desequilibra as referências de salário, levando ao aumento de salários do setor privado ou à falta de atratividade do setor produtivo. Vejam o que está acontecendo ultimamente: os custos de mão de obra no Brasil já são mais altos que nos Estados Unidos, apesar do índice de desemprego ser o contrário. E olha que os "americanu" tem que ser bem remunerados, para sustentar o American way of life, por isso a crise toda que está por lá.
E será que o Estado tem esta capacidade toda de absorção de pessoal? Exaurindo estes recursos humanos, principalmente os melhores, do setor produtivo, parece que vai faltar PF e PJ para pagar esta conta em tributos. Pior: o aumento de pessoal só colabora para a ineficiência do setor público, uma vez que mais pessoas fazendo o serviço não significam necessariamente que este será melhor, mais rápido ou mais eficiente (ou, dito de outra maneira: duas grávidas não vão encurtar o prazo de gestação).
Uma das prioridades de Estado deveria ser justamente criar as melhores condições para o desenvolvimento do setor produtivo, principalmente uma melhor segurança para o setor, pois este por si só já é cerceado de grandes riscos. Ainda mais no Brasil. A grande maioria da população só enxerga nos grandes lucros do setor privado apenas a ganância do nosso empresariado. Para mim, por exemplo, os altos preços dos automóveis no Brasil se dão mais pelas grandes margens de lucro do que pelos impostos incidentes neste produto. Por isso, pode até ser ganância, mas já tentou viabilizar um negócio por aqui? Será que não estamos viabilizando artificialmente uma "indústria automobilística nacional", ao invés de importá-los de outros países a um custo mais baixo? Ah, mais a indústria local gera empregos por aqui. Então, diante deste fato, lembre-se da grande massa de metalúrgicos deste segmento que sustenta os sindicatos, que por sua vez sustenta certos partidos. É engraçado o que acontece no nosso país. Conheço muitos empresários ou postulantes a tal que viabilizam negócios ou estão dispostos a correrem riscos no setor privado, pois podem voltar a qualquer momento para os "braços do Estado" se as coisas não vão bem ou dão errado, uma vez que são funcionários públicos, alguns licenciados, outros não. Isto é o que eu chamo de Gerenciamento de Riscos à brasileira!
Não estou querendo aqui criticar o servidor público ou o pretendente a esta nobre ocupação de que tanto depende nossa nação. Contudo, espero que aqueles que se proponham a isto o façam com amor e devoção, não olhando apenas para o bônus da investidura pública, mas também para o ônus desta, como ser submetido a chefe que só chegou lá porque o cargo é comissionado; ter os poderes mas não ter os meios nem os recursos para executá-los, pois quem manda e define o orçamento não é de carreira; ver as práticas patrimonialistas, fisiologistas e o nepotismo parasitar as repartições públicas e no fim testemunhar muitos bons funcionários públicos chafurdarem nos vícios, nos problemas familiares, pessoais e toda a sorte de desvios sociais, por passarem por tudo isso e muito mais o que a carreira pública no Brasil nos proporciona.
A bola da vez dos noticiários é a propina em compras públicas. Ontem, no Fantástico, foi a vez do projeto de Internet gratuita de João Pessoa, a "Jampa Digital". Fiquei me perguntando: por que essas coisas não são o estopim para uma revolta popular, para protestos, para uma luta por mudanças reais? Por que após estas denúncias a população não vai às ruas do nosso Brasil no dia seguinte? Será que tais notícias são tão constantemente veiculadas que se banalizaram, a ponto de se tornar "normal"? Ou por que só vale a pena protestar quando aumenta a passagem do transporte público?
Acho que a culpa é nossa. Isso é um espelho de nós, brasileiros, refletindo a cultura nefasta que se implantou aqui desde o descobrimento. Lembram quando ocorreu o escândalo das aposentadorias precoces na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina? Será que o negócio foi solucionado? Ou evaporou, assim como o mensalão? A verdade é que, a despeito de uma breve indignação na frente das TVs, nossa cultura não se comove mais com este tipo de escândalo. Pelo contrário: no imaginário dos brasileiros, eles gostariam de estar no lugar daqueles que se aposentaram.
Vejam o caso dos concursos públicos. Cada vez mais brasileiros e brasileiros, como que tomados por uma enorme fome do saber, afundam-se a estudar com vistas a tão sonhada estabilidade, quero dizer, com a tão sonhada carreira pública. Esses dias, caminhando no parque de Coqueiros, vi um grupo que, entre corridas e tentativas de barras, exibiam orgulhosamente uma camiseta em que se via escrito "preparação física para concurso de agente de polícia federal". É o governo em suas diferentes esferas promovendo a educação e a saúde da população a partir dos concursos públicos!
Fiquei com uma desconfiança: tirando a grande massa despreparada que inevitavelmente fica para trás, será que aqueles que passam levam jeito mesmo para "servir o público" (caso contrário, não seria chamado de servidor público) ou só estão fazendo uso de sua vantagem intelectual momentânea? Infelizmente, esta não parece ser a realidade. Se fosse assim, não leríamos coisas como o que li num certo órgão: "desacatar o servidor público é crime". Será que é desacato ou desespero, por não ter a quem recorrer pela péssima qualidade dos serviços públicos? O sonho da estabilidade cria no brasileiro a sensação de segurança que o mesmo precisa para financiar seus sonhos de classe média: o apartamento novo, o carrão "completaço", a viagem para Europa e para Disney, o novo Apple iPhone... Além do que, o setor público parece que está pagando melhor que a iniciativa privada, criando artificialmente uma nova elite, às custas de todos nós contribuintes (tirando os impostos embutidos, já fizeram a sua declaração de imposto de renda?). Isto é ruim, pois desequilibra as referências de salário, levando ao aumento de salários do setor privado ou à falta de atratividade do setor produtivo. Vejam o que está acontecendo ultimamente: os custos de mão de obra no Brasil já são mais altos que nos Estados Unidos, apesar do índice de desemprego ser o contrário. E olha que os "americanu" tem que ser bem remunerados, para sustentar o American way of life, por isso a crise toda que está por lá.
E será que o Estado tem esta capacidade toda de absorção de pessoal? Exaurindo estes recursos humanos, principalmente os melhores, do setor produtivo, parece que vai faltar PF e PJ para pagar esta conta em tributos. Pior: o aumento de pessoal só colabora para a ineficiência do setor público, uma vez que mais pessoas fazendo o serviço não significam necessariamente que este será melhor, mais rápido ou mais eficiente (ou, dito de outra maneira: duas grávidas não vão encurtar o prazo de gestação).
Uma das prioridades de Estado deveria ser justamente criar as melhores condições para o desenvolvimento do setor produtivo, principalmente uma melhor segurança para o setor, pois este por si só já é cerceado de grandes riscos. Ainda mais no Brasil. A grande maioria da população só enxerga nos grandes lucros do setor privado apenas a ganância do nosso empresariado. Para mim, por exemplo, os altos preços dos automóveis no Brasil se dão mais pelas grandes margens de lucro do que pelos impostos incidentes neste produto. Por isso, pode até ser ganância, mas já tentou viabilizar um negócio por aqui? Será que não estamos viabilizando artificialmente uma "indústria automobilística nacional", ao invés de importá-los de outros países a um custo mais baixo? Ah, mais a indústria local gera empregos por aqui. Então, diante deste fato, lembre-se da grande massa de metalúrgicos deste segmento que sustenta os sindicatos, que por sua vez sustenta certos partidos. É engraçado o que acontece no nosso país. Conheço muitos empresários ou postulantes a tal que viabilizam negócios ou estão dispostos a correrem riscos no setor privado, pois podem voltar a qualquer momento para os "braços do Estado" se as coisas não vão bem ou dão errado, uma vez que são funcionários públicos, alguns licenciados, outros não. Isto é o que eu chamo de Gerenciamento de Riscos à brasileira!
Não estou querendo aqui criticar o servidor público ou o pretendente a esta nobre ocupação de que tanto depende nossa nação. Contudo, espero que aqueles que se proponham a isto o façam com amor e devoção, não olhando apenas para o bônus da investidura pública, mas também para o ônus desta, como ser submetido a chefe que só chegou lá porque o cargo é comissionado; ter os poderes mas não ter os meios nem os recursos para executá-los, pois quem manda e define o orçamento não é de carreira; ver as práticas patrimonialistas, fisiologistas e o nepotismo parasitar as repartições públicas e no fim testemunhar muitos bons funcionários públicos chafurdarem nos vícios, nos problemas familiares, pessoais e toda a sorte de desvios sociais, por passarem por tudo isso e muito mais o que a carreira pública no Brasil nos proporciona.
quarta-feira, 21 de março de 2012
A Inversão de VALORES e a importância da engenharia
Depois de um longo tempo parado, posto aqui uma mensagem enviada pelo nosso nobre colega Ferretti, a respeito de um artigo escrito por Milton Golombeck, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica (ABEG).
Vivemos em uma sociedade na qual são valorizados predominantemente as aparências e o glamour. Modelos, cantores, atores e atletas se sobrepõem, com seus valores, a outros valores essenciais ao progresso da condição humana e à melhoria da qualidade de vida. Mas o problema não é apenas brasileiro; é fenômeno universal, com algumas raras exceções.
Mas não se pode esquecer que basicamente tudo o que utilizamos em nosso dia a dia - meios de transporte, tais como rodovias, ferrovias, aeroportos, edifícios residenciais, espaços para abrigar hospitais, escolas, centros culturais etc., tudo isso são projetados pela inteligência de arquitetos e engenheiros. A Engenharia, em meu entendimento, é a maior responsável pelo progresso da humanidade em todos os campos do conhecimento humano.
O futuro não depende das celebridades, muitas das quais alegram e satisfazem o nosso dia a dia, mas, sim, dos cientistas, pesquisadores em todas as áreas, tecnólogos e engenheiros que continuam a construir as
condições para um futuro melhor.
Na mesma semana em que os jornais, revistas e TVs gastaram páginas e horas para mostrar e comentar as roupas e joias usadas na entrega do Oscar, foi dado o prêmio Russ Prize - equivalente ao Nobel de Engenharia - para os engenheiros Earl Bakken e Wilson Greatbatch. Contudo, nenhum comentário apareceu na mídia a respeito disso. E essas personalidades, foram os inventores do marca-passo. Graças a elas, atualmente mais de 4 milhões de pessoas estão vivas. São instalados mais de 400 mil marca-passos por ano no mundo.
Na inauguração das grandes obras de Engenharia costumam aparecer as autoridades eventualmente de plantão. Mas os nomes dos engenheiros e dos projetistas que as projetaram e construíram, invariavelmente são negligenciados e esquecidos. Quando muito, são divulgados nos nomes das construtoras.
Nos folhetos de venda dos imóveis e coquetéis de lançamentos aparecem os paisagistas, decoradores de interiores e imobiliárias. Mas não aparecem os nomes das empresas de Engenharia envolvidas nos projetos de estruturas, fundações e instalações. A Engenharia é encarada quase como um mal necessário.
Só somos lembrados quando ocorrem catástrofes e acidentes em obras. Nestas horas, todos querem identificar os engenheiros responsáveis. É nossa, a responsabilidade de mudar este quadro, valorizando nossa profissão, fazendo com que as conquistas da Engenharia sejam reconhecidas e deixem de ficar em terceiro plano. Esta falta de reconhecimento e valorização tem consequências diretas nas remunerações
dos serviços de Engenharia.
As imobiliárias, que não tem nenhuma responsabilidade pelas edificações, nem pelo seu desenvolvimento, recebem 6% do valor geral de vendas (VGV) enquanto todos os projetos de engenharia da obra somados
representam no máximo 2% do VGV. Pior: ninguém discute os gastos com corretagem. Em compensação discutem os custos de projeto e das soluções de Engenharia. Trata-se de uma total e absoluta Inversão de Valores!
Com o crescimento da economia no Brasil, cada vez mais a nossa profissão será necessária. Com mais de 40 anos de atividade, passando por vários planos econômicos, posso afirmar que escolhi a profissão ideal. Precisamos de mais engenheiros e tecnólogos urgentemente. A valorização da profissão fará com que mais estudantes se interessem em entrar num dos campos mais desafiadores e gratificantes das atividades humanas: a Engenharia!
Vivemos em uma sociedade na qual são valorizados predominantemente as aparências e o glamour. Modelos, cantores, atores e atletas se sobrepõem, com seus valores, a outros valores essenciais ao progresso da condição humana e à melhoria da qualidade de vida. Mas o problema não é apenas brasileiro; é fenômeno universal, com algumas raras exceções.
Mas não se pode esquecer que basicamente tudo o que utilizamos em nosso dia a dia - meios de transporte, tais como rodovias, ferrovias, aeroportos, edifícios residenciais, espaços para abrigar hospitais, escolas, centros culturais etc., tudo isso são projetados pela inteligência de arquitetos e engenheiros. A Engenharia, em meu entendimento, é a maior responsável pelo progresso da humanidade em todos os campos do conhecimento humano.
O futuro não depende das celebridades, muitas das quais alegram e satisfazem o nosso dia a dia, mas, sim, dos cientistas, pesquisadores em todas as áreas, tecnólogos e engenheiros que continuam a construir as
condições para um futuro melhor.
Na mesma semana em que os jornais, revistas e TVs gastaram páginas e horas para mostrar e comentar as roupas e joias usadas na entrega do Oscar, foi dado o prêmio Russ Prize - equivalente ao Nobel de Engenharia - para os engenheiros Earl Bakken e Wilson Greatbatch. Contudo, nenhum comentário apareceu na mídia a respeito disso. E essas personalidades, foram os inventores do marca-passo. Graças a elas, atualmente mais de 4 milhões de pessoas estão vivas. São instalados mais de 400 mil marca-passos por ano no mundo.
Na inauguração das grandes obras de Engenharia costumam aparecer as autoridades eventualmente de plantão. Mas os nomes dos engenheiros e dos projetistas que as projetaram e construíram, invariavelmente são negligenciados e esquecidos. Quando muito, são divulgados nos nomes das construtoras.
Nos folhetos de venda dos imóveis e coquetéis de lançamentos aparecem os paisagistas, decoradores de interiores e imobiliárias. Mas não aparecem os nomes das empresas de Engenharia envolvidas nos projetos de estruturas, fundações e instalações. A Engenharia é encarada quase como um mal necessário.
Só somos lembrados quando ocorrem catástrofes e acidentes em obras. Nestas horas, todos querem identificar os engenheiros responsáveis. É nossa, a responsabilidade de mudar este quadro, valorizando nossa profissão, fazendo com que as conquistas da Engenharia sejam reconhecidas e deixem de ficar em terceiro plano. Esta falta de reconhecimento e valorização tem consequências diretas nas remunerações
dos serviços de Engenharia.
As imobiliárias, que não tem nenhuma responsabilidade pelas edificações, nem pelo seu desenvolvimento, recebem 6% do valor geral de vendas (VGV) enquanto todos os projetos de engenharia da obra somados
representam no máximo 2% do VGV. Pior: ninguém discute os gastos com corretagem. Em compensação discutem os custos de projeto e das soluções de Engenharia. Trata-se de uma total e absoluta Inversão de Valores!
Com o crescimento da economia no Brasil, cada vez mais a nossa profissão será necessária. Com mais de 40 anos de atividade, passando por vários planos econômicos, posso afirmar que escolhi a profissão ideal. Precisamos de mais engenheiros e tecnólogos urgentemente. A valorização da profissão fará com que mais estudantes se interessem em entrar num dos campos mais desafiadores e gratificantes das atividades humanas: a Engenharia!
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